Desconfiada, Sophie se aproximou do quadro, examinando com atenção as 13 figuras -Jesus Cristo no meio, seis discípulos à esquerda, seis à direita.
- São todos homens, sim - confirmou Sophie.
- Ah sim? - insistiu Teabing. - E esse aí sentado no lugar de honra, à direita do senhor?
Sophie examinou a figura À direita de jesus, concentrando-se nela. Olhando o rosto e o corpo da pessoa com atenção, uma onda de espanto a percorreu. Aquela pessoa tinha longos cabelos ruivos ondulados, delicadas mãos entrelaçadas e o peito era levemente arredondado, sugerindo a presença de seios. Era sem dúvida... feminina.
- É uma mulher! - exclamou Shophie.
- Ora, mas vejam só, que surpresa! Porém, creia-me, não é impressão. Leonardo tinha uma habilidade incrível para retratar a diferença entre os sexos.
Sophie não conseguia tirar os olhos da mulher ao lado de Cristo. A Última Ceia devia conter 13 homens. Quem é essa mulher? Embora Sophie tivesse visto essa imagem clássica muitas vezes, jamais havia notado essa discrepância gritante.
[...]
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Leonardo Da Vinci - réplica do quadro A Última Ceia |
- Trata-se de uma questão de registros históricos - disse Teabing. - E Da Vinci certamente sabia disso. A Última Ceia praticamente proclama àqueles que a contemplam que Jesus e Maria Madalena eram um casal.
- Observe que Jesus e Madalena estão vestidos como se fossem imagens especulares um do outro. - Teabing apontou para os dois indivíduos no centro do afresco.
Sophie estava fascinada. Era aquilo mesmo, as roupas deles tinham cores invertidas. Jeus usava uma túnica vermelha com manto azul; Maria Madalena, um vestido azul e um manto vermelho. Yin e Yang.
[...]
Sophie a viu de imediato (a letra). Dizer que a letra saltou aos seus olhos era pouco. De repente, Sophie não conseguiu ver mais nada além daquela letra. Brilhando no centro da pintura estava o contorno incontestável de uma letra M enorme absolutamente perfeita.
- Os teóricos da conspiração lhe dirão que ela representa Matrimônio ou Maria Madalena. Para ser sincero, ninguém sabe ao certo. A única certeza é que o M escondido existe, não é engano. Incontáveis obras sobre o Graal contêm a letra M escondida nelas- seja como marcas d'água, sob camadas de pintura, ou alusões composicionais. O M mais óbvio, é claro, se encontra num brasão no altar de Nossa Senhora de Paris, em Londres, que foi projetado por um ex-Grão-Mestre do Priorado de Sião, Jean Cocteau.
Do livro O Código Da Vinci: páginas 198 a 200